Ecclestone, que comandou a Fórmula 1 por quatro décadas, entre 1978 e 2017, acumulou uma fortuna de R$ 15,8 bilhões ao longo de sua carreira. No entanto, seu julgamento não tem relação direta com a categoria que ele ajudou a moldar. Aos 92 anos de idade, Ecclestone não cumprirá pena em regime fechado, devido a sua idade avançada. A sentença de prisão foi suspensa por dois anos.
O caso que levou à condenação de Ecclestone girou em torno de sua suposta omissão de ativos no valor de 400 milhões de libras, o equivalente a R$ 2,4 bilhões, mantidos em contas em Singapura. Em 2022, diante do Tribunal de Magistrados de Westminster, Ecclestone inicialmente se declarou inocente, alegando que não era o beneficiário desses fundos. Mais tarde, ele admitiu sua culpa perante a justiça.
A advogada de Ecclestone, Christine Montgomery, declarou que seu cliente "se arrepende profundamente dos eventos que levaram ao julgamento" e ressaltou que sua intenção não era evitar o pagamento de impostos. Ela acrescentou que o processo estava causando "imenso estresse" a Ecclestone, que está em estado de saúde frágil.
Ao proferir a sentença, o juiz Simon Bryan reconheceu a gravidade da infração, afirmando que nem uma multa nem uma ordem comunitária seriam apropriadas para o caso. No entanto, levando em consideração a idade avançada de Ecclestone, sua saúde fragilizada e o fato de ser réu primário, a pena de prisão foi suspensa.
O promotor do caso, Richard Wright, argumentou que, em 2015, Ecclestone negou a existência das contas não declaradas ao governo britânico, alegando que tinha apenas um fundo em nome de suas filhas. Mais tarde, Ecclestone admitiu que sua resposta poderia ter sido falsa ou enganosa e aceitou que impostos eram devidos em relação a essas questões.
Esta não é a primeira vez que Bernie Ecclestone se envolve em questões legais. Em 2013, ele pagou 100 milhões de euros para encerrar um processo na Alemanha relacionado a suborno e corrupção na negociação dos direitos de transmissão da F1 em 2006.
Ecclestone é uma figura controversa no mundo do automobilismo. Recentemente, ele questionou o heptacampeonato de Lewis Hamilton, alegando que o britânico não merecia o título devido ao "Singapuragate". Ecclestone também revelou que sabia da intencionalidade da batida de Nelson Piquet Jr. no GP de Singapura em 2008, que influenciou o campeonato naquele ano. A disputa em relação a esse episódio ainda está em andamento, com Felipe Massa pleiteando o título na justiça.
O ex-chefão da Fórmula 1, agora com um veredicto judicial em seu histórico, deixa uma marca permanente na história do esporte e no mundo das corridas.